12% das mortes por Covid-19 no Brasil foram influenciadas pela poluição do ar

Com o agravamento da pandemia, é importante ressaltar que a exposição a longo prazo à poluição do ar pode aumentar em até 15% a chance de morte pela Covid-19 no mundo.

O estudo que aponta isso foi publicado em 2020 na CARDIOVASCULAR RESEARCH. Os pesquisadores analisaram a exposição a partículas finas contaminantes (também chamado de PM 2.5) e contaminação do solo.

Realizada pelo Instituto Max Panck de Química, a pesquisa compara a mortalidade da Covid-19 com dados sobre o índice de poluição atmosférica em cada localidade. Segundo o estudo, a exposição aos poluentes influenciou em 12% das mortes no Brasil.

Os países mais afetados pelo problema são a República Tcheca, com 29% de influência, e China, com 27%, mesma taxa detectada no leste da Ásia.

A pesquisa explica que a relação está entre as partículas contaminantes e o seu efeito sobre o receptor ACE-2, localizado na superfície das células e responsável pela forma como o novo coronavírus (Sars-CoV-2) infecta os pacientes. Segundo os profissionais, os danos causados aos pulmões pela poluição aumentam a atividade do ACE-2.

O que isso tem a ver com a Mina Guaíba?

A ligação deste estudo com a Mina Guaíba se dá pelo fato que, se for licenciada, a mina deve gerar 30 mil toneladas de pó e PM 2.5, segundo o geólogo, Mestre em Geociências (UFRGS), Doutor em Ciências na área de Ecologia de Paisagem (UFRGS), Dr. Rualdo Menegat. Isso a apenas 16 km do centro de Porto Alegre.

A médica psiquiatra que faz parte do MEDICINA EM ALERTA, Dra. Olga Falceto, destaca que “O material particulado 2.5 (PM 2.5) é tão pequeno que não pode ser visualizado, mas penetra nos pulmões e na corrente sanguínea, causando morte em populações mais sensíveis com risco pulmonar ou cardiovascular. Também causa doenças crônicas, inclusive câncer. Seu efeito está bem documentado com evidências na literatura médica”.

Além da imensa preocupação com o avanço da Covid-19 em solo gaúcho e brasileiro, médicos e médicas defendem que seja feita uma Avaliação de Impacto à Saúde (AIS) da Mina Guaíba. Enfrentando o caos gerado no sistema de saúde pelo novo coronavírus e pela falta de conhecimento que ele traz, os profissionais querem que as 4,5 milhões de pessoas que vivem na área que poderá ser afetada pela mina saibam os riscos podem vir a correr.

Fonte: Leia o artigo científico original, publicado na edição de Dez/2020 da Cardiovascular Research, Universidade de Oxford: Regional and global contributions of air pollution to risk of death from COVID-19 – POZZER, A; DOMINICI, F; HAINES, A, et al. Regional and Global Contributions of Air Pollution to Risk of Death from COVID-19. Cardiovascular Research, vol 116, n. 14, p. 2247-2253, Dec 2020

 

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Solicite uma AIS independente para o projeto da Mina Guaíba

Seis sociedades médicas e duas sociedades da saúde gaúchas emitiram pareceres técnicos solicitando uma Avaliação de Impacto à Saúde (AIS) independente e de acordo com critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o projeto de exploração de carvão mineral da Mina Guaíba-RS (consulte aqui o dossiê) . A AMRIGS (Associação Médica do Rio Grande do Sul) também já se posicionou (leia aqui) sobre os riscos que o projeto da Mina Guaíba pode oferecer à saúde. Junte-se a elas e assine o pedido pela AIS.

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