Doenças infecciosas após inundações no RS

Três ondas de doenças infecciosas devem acometer o Rio Grande do Sul

A BBC News Brasil publicou uma reportagem sobre o impacto da maior inundação da história do Rio Grande do Sul na saúde pública. Abaixo destacamos alguns trechos e o vídeo da reportagem. Você pode ler a matéria completa aqui.

Muito do conhecimento acumulado sobre as consequências à saúde de grandes enchentes vem de países asiáticos, como Índia, Paquistão e Indonésia, que historicamente lidam com problemas do tipo.

Trabalhos publicados a partir da experiência desses lugares permitiram encontrar uma espécie de padrão nas dinâmicas de doenças infecciosas após o desastre, além de saber o tempo que elas demoram a aparecer.

Um trabalho de 2018 feito na Universidade de Queensland, na Austrália, destaca que “as inundações são o desastre natural mais comum no mundo“.

Como podemos imaginar, essa água está nitidamente contaminada. Ela é escura e deve estar cheia de matéria orgânica, com excretas de humanos e outros animais“, diz o médico Alessandro C. Pasqualotto, presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia.

Os especialistas explicam que essas enfermidades virão em ondas, de acordo com o tempo de incubação de vírus, bactérias e outros patógenos e também devido ao tipo de exposição de risco que as pessoas envolvidas na tragédia tiveram e terão daqui em diante.

Primeira onda

Nos primeiros dez dias após o evento climático, as doenças que mais aparecem são as infecções de pele, as pneumonites ou pneumonias por aspiração, as infecções respiratórias virais e as gastroenterites (a popular diarreia).

Segunda onda

Entre sete e dez dias das inundações, a principal preocupação é a leptospirose, seguida de tétano e hepatite A.

Terceira onda

Doenças transmitidas por vetores, como a dengue.

 

 

Consequências além das doenças infecciosas

As questões de saúde envolvendo um evento climático extremo como este superam a barreira de vírus, bactérias, parasitas e protozoários.

É como se estivéssemos voltando ao período inicial da pandemia de covid-19, em que toda a assistência de saúde ficou desestruturada“, lembra Pasqualotto. “Logicamente, o foco agora está no socorro emergencial das pessoas que mais precisam. Mas logo mais, todas as outras doenças podem ficar desassistidas“, diz o infectologista.

Um exemplo são as pessoas que dependem de remédios para controlar o diabetes e a pressão alta. Sem o devido cuidado, essas enfermidades podem descompensar e gerar as mais diversas consequências, como quadros agudos de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Quando a água baixar, também haverá necessidade de pensar em como lidar com as questões de saúde mental e todos os traumas acumulados nesse período, lembram os médicos.

O trabalho da Universidade de Queensland citado acima destaca que transtornos como estresse pós-traumático e depressão são outras consequências de longo prazo das grandes inundações.

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